segunda-feira, 12 de maio de 2008

Troca de tanques nos postos protegem o meio ambiente

Desde os tempos mais remotos o homem costuma lançar seus detritos nos cursos de água. Até a Revolução Industrial, porém, esse procedimento não causava problemas, já que os rios, lagos e oceanos têm considerável poder de autolimpeza, de purificação. Com a industrialização, a situação começou a sofrer profundas alterações. O volume de detritos despejados nas águas tornou-se cada vez maior, superando a capacidade de purificação dos rios e oceanos, que é limitada. Além disso, passou a ser despejada na água uma grande quantidade de elementos que não são biodegradáveis, ou seja, não são decompostos pela natureza. Tais elementos vão se acumulando nos rios, lagos e oceanos, diminuindo a capacidade de retenção de oxigênio das águas e, consequentemente, prejudicando a vida aquática. Um dos maiores poluentes dos oceanos é o petróleo. Com o intenso tráfego de navios petroleiros, esse tipo de poluição alcança níveis elevadíssimos. Além dos vazamentos causados por acidente, em que milhares de toneladas de óleo são despejados na água, os navios soltam petróleo no mar rotineiramente, por ocasião de lavagem de seus reservatórios. Esses resíduos de petróleo lançados ao mar com a água da lavagem representam cerca de 0,4 a 0,5% da carga total. De acordo com o Engenheiro Químico e pós-graduado em Gerenciamento de Águas Contaminadas, Fernando Medeiros, outra forma de contaminação por esse mesmo produto está atrelada a possíveis vazamentos nos tanques dos postos de combustíveis, que passaram por fiscalização e estão sendo substituídos. Contaminação Segundo Fernando, em 2000, a Companhia de Tecnologia e Saneamento Básico (CETESB), por meio de uma decisão de sua diretoria técnica, solicitou que todos os postos de serviços do estado de São Paulo realizassem um estudo ambiental, denominado levantamento de passível ambiental, objetivando avaliar possível impacto ambiental ocasionado pelo processo operacional de armazenamento e comércio de combustível. Esta demanda da CETESB de execução de estudos ambientais obrigatórios resultou na identificação de 1725 postos de combustíveis com solo ou água subterrânea contaminados, em todo o estado de São Paulo (fonte CETESB – nov/2007). Os estudos ambientais também identificaram que os principais motivos para a ocorrência da contaminação do solo e água subterrânea foram: vazamentos de combustível dos tanques de armazenamento devido a pequenos furos gerados pela corrosão ao longo do tempo; vazamento nas linhas de tubulações, vazamento nas bombas de abastecimento e derrame de combustível durante o processo de abastecimento. A partir disso, os postos de combustíveis vêm sendo reformados e os tanques, hoje fabricados com aço e pintados com pixe, estão sendo feitos com aço e cobertos com resina, reforçados com fibras de vidro. Esse modelo, além de ser anticorrosivo dura em média 30 anos, e tem uma abertura que permite a inspeção interna visando eliminar todas as possíveis fontes de novos vazamentos. Adequação Em Jundiaí, um dos postos de combustíveis adaptados dentro das novas normas é o Auto Posto Brunholi, localizado na Avenida Antônio Segre. De acordo com o proprietário, Vitor Brunholi, a reforma completa foi realizada em 2006. “Fizemos a reforma completa, com a troca dos tanques, bombas e de todas as tubulações. Este ano, obtivemos, junto a CETESB, a Licença de Operação – L.O.”, diz. Toda a obra foi fiscalizada por agentes da CETESB por meio de relatórios e visitas no local. O posto trabalha com tanques jaquetados, ou seja, com dupla camada de aço, todos com sensores anti-vazamento e válvulas anti-transbordamento. As bombas são sextupladas, todas com sensores e samps – caixa plástica que evita a contaminação do solo. Ainda de acordo com Vitor, o investimento para a reforma foi alto, passando de R$ 500 mil, mas a companhia Texaco pôde subsidiar parte desse valor. O posto ainda investe no monitoramento semanal dos equipamentos.“O investimento foi alto, porém necessário. Com isso, estamos dando a nossa cota parte para a preservação do meio ambiente”, encerra.

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