terça-feira, 4 de março de 2008

Porque temos que ser super-mulheres!


Por
Psicosoluções ( Melicia Geromini - Priscila Spínola)
Especialistas em Análise de Comportamento


Quando 129 operárias morreram queimadas por policiais em Nova York em 08 de março de 1587 reivindicando direito à licença maternidade e redução da jornada de trabalho, não imaginavam tudo o que viria depois disso.

Reescrevemos nossa história constantemente. Queríamos igualdade, mas não imaginávamos o quanto custaria a nós e as nossas famílias. Por exemplo, para ter sucesso e prestígio profissional temos que, necessariamente, abdicar as horas com os filhos. Infelizmente são duas medidas que quando uma cresce de valor na balança da vida a outra necessariamente cai. Pense se é possível ver seu filho crescendo e ainda manter aquele emprego que lhe ocupa o dia todo? Por isso, os berçários e escolas que são filmados e transmitidos em tempo real fazem sucesso. É a culpa que nos martela o pensamento.

Pudera, saímos de uma cultura proibitiva e castradora onde a mulher não servia e não podia, para uma cultura de excessos onde a mulher é manipulada a ser super em tudo. Parece que não podemos deixar nada para depois, nem a carreira, nem os filhos, nem trocar de carro, nem viajar, nem emagrecer, há uma imposição em ter e ser tudo agora. Veja os comerciais de TV ou revistas, eles são um retrato do nosso tempo!

Por isso, depois de conquistar o direito ao voto e ao posto de candidatas a presidência da república podemos pensar agora numa democratização da mulher. Existe meia dúzia de mulheres que não comem, passam fome, freqüentam a academia por horas a fio e fazem cirurgias plásticas indiscriminadamente. Por que nós, mulheres normais, com corpos de quem tem fome ou de quem não tem tempo para ir à academia devemos nos guiar por esta meia dúzia de mulheres que tem uma vida fora do padrão? Será que ter um emprego tão bom é realmente importante pra mim? Ou será que posso ter um emprego razoável e ver crescer os filhos? Ou ainda, quero filhos? Essa é a democratização, onde impera o desejo da maioria e não de uma minoria que joga um jogo que ninguém vê, que tem índice de massa corporal de subnutrição e diz que come de tudo, essa é nossa proposta: continuar repensando e reescrevendo nossa história.

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