terça-feira, 4 de março de 2008

Excesso e dor


Por Diná de Mélo

O Carnaval é uma das festas populares mais esperadas pelos brasileiros e nem poderia ser diferente, já que é uma das mais animadas. Pular, dançar, viajar, comemorar e fazer novas amizades é sempre bom e saudável, mas o problema está nos excessos.





Mal-estar, indisposição, dor de cabeça, mau humor e quilinhos a mais são algumas das conseqüências do abuso de bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos e noites mal dormidas durante as festas de carnaval. Porém não são das piores, já que causam mal apenas a quem cometeu esses “pecados”. O pior de todos os males é a alta confiança e a certeza de saber o que está fazendo, o que de fato não condiz com a realidade.





Frases como “Eu sei”, “eu posso”, “comigo não acontece” podem nos trazer prejuízos e aos outros também. Apesar dos alertas de amigos e autoridades, os excessos (como já foi dito, não julgamos cometê-los) nos levam a cometer erros. Esse “poder” que julgamos ter, mesmo não o tendo em determinados momentos, nos fez perder um amigo.





Alegres, felizes e satisfeitos com as festividades durante o carnaval em Salvador e a ânsia pela diversão fez com que um, dos quatro integrantes de um veículo, cometesse o excesso de imprudência ao volante, que culminou com a morte de todos.





Para os amigos ficam a saudade e a sensação de vazio que a falta do seu sorriso nos causará. Aos familiares, a sua perda deixará uma dor: a da perda e das horas de conversa e amizade que cultivavam.





Desta vez a perda nos comoveu mais ainda, pois tratava-se de uma pessoa que convivia conosco. Não que não sintamos pelas famílias e amigos daqueles que não conhecemos, mas é que desta vez tivemos, ainda mais, a certeza de que as coisas boas e ruins acontecem com todos, não só com os desconhecidos, nas novelas ou nas telas dos cinemas.





Neste carnaval a dor chegou até nós e até outras inúmeras famílias que hoje choram pela ausência de um ente querido. Traduzindo para números, este ano, os acidentes nas estradas paulistas superaram os números de 2007 durante o carnaval.





O estado de Minas Gerais registrou o maior número de acidentes: 449. Em seguida estão Rio de Janeiro (255), Santa Catarina (239), São Paulo (173) e Rio Grande do Sul ( 171). Minas Gerais também registrou o maior número de mortos: 19. Em seguida estão os estados de Santa Catarina (15), Rio de Janeiro (11), Maranhão (10) e Bahia (9). O número de feridos diminuiu 7,42%, chegando a 1.472 frente a 1.590 no ano passado.





Os dados fazem parte do balanço da Operação Carnaval 2008, divulgado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Ministério da Justiça. Esses números, ingratos, nos deixam uma mensagem: as coisas acontecem com todos!





Obrigada pela oportunidade de desabafo!
Uma boa leitura e até a próxima edição.




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